Depois de muita insistência de Asanuma-san, acabei mesmo por tirar a tarde e fui até Nihondara, uma colina aqui em Shizuoka com uns 300m de altitude. Foi o melhor que podia ter feito. O local estava muito calmo e fez-me lembrar por que razão gosto do Japão. Pela primeira vez na minha vida vi o monte Fuji e é colossal. Parece que não faz parte da paisagem, é tão fora da escala que quase parece que foi construído por alguém. Olha-se para a paisagem, consegue-se ver as nuvens por cima das montanhas e depois percebe-se que há qualquer coisa gigantesca acima das nuvens. É impressionante.
Em Nihondaira há também um santuário xintoísta, que serve de túmulo ao primeiro Shogun da era Tokugawa no Japão, Ieyasu. O mesmo que expulsou os portugueses do Japão e o fechou completamente ao mundo ocidental durante quase 3 séculos, até por volta de 1860, altura da restauração Meiji em que o poder foi devolvido ao Imperador e o uso de espadas samurai no Japão foi proibido. Quase todos os samurais cometeram Harakiri. O Japão moderno e industrial construíu-se a partir dessa altura, quando havia já muito atraso em relação aos restantes países. Por exemplo, nos USA já havia linhas de comboio a atravesar todo o país e no Japão ninguém sabia o que era um comboio. Hoje há shinkansen... Enfim, o santuário é muito agradável e calmo. Todo aquele ambiente me fez reviver muitos momentos da última vez em que estive no Japão, mas nessa altura não estava sozinho. Por isso fiquei nostálgico.
Para chegar ao santuário é preciso apanhar um teleférico... o da Fajã dos Padres é bem pior, mas este... bom, é um teleférico, acho que isso basta para que eu me sinta desconfortável.
Fui a Nihondaira e voltei em 3 horas. As fotografias seguem abaixo (a luz era muito má, mas pelo menos vê-se Fujiyama, ou Fuji-san, como lhe chamam os japoneses):







