2009-09-10

Dia 13

A manhã foi passada a retirar arames de todos os áceres shohin. Mas todos mesmo. Demorei muito tempo e a tarefa não é a mais agradável nem a mais criativa. Mas é importante e faz parte do bonsai. Aprendi bastante ao fazê-lo, pois tive a oportunidade de segurar todos os áceres daqui com as minhas mãos e estudá-los pormenorizadamente. Foi o melhor estudo possível aos áceres shohin de Taisho-en.

À tarde tive a oportunidade de falar português. Ultimamente só o tenho falado através do skype, sozinho ou com o cão Maro. O cão parece ser fluente. Continuando, esteve cá um cliente, que eu cumprimentei com o habitual Konnichiwa e a vénia. Pouco depois esse cliente veio ter comigo enquanto eu regava a falar português. Ele viveu no Brasil 8 anos e falava muito bem. Apesar de ter algum sotaque japonês misturado com o do Brasil, a construção era correcta. Foi engraçado.

Depois da rega, foi tarde dedicada aos juníperos. Pude ver Oyakata em acção, comprimindo e dobrando troncos aparentemente impossíveis de dobrar. Usou serras, parafusos, macacos, tensores... enfim, aprendi muito mesmo.

No final do dia Taiga-san sentou-se ao meu lado e falámos sobre bonsai. Contou-me um pouco da sua aventura como aprendiz de Kimura durante 6 anos, e da sua irritação por o trabalho dele ser confundido com o do seu antigo Oyakata. Falou-me de algumas árvores em particular e sobre filosofia do bonsai. Muito interessante. Mais tarde Oyakata disse-me que Taiga no início dos 6 anos nem sabia distinguir um junípero de um pinheiro, que não se interessava por bonsai e não sabia nada sobre o assunto... isto significa que o bonsai ao mais alto nível se pode aprender.

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