Hoje acordei bem cedo. Arrumei todas as minhas coisas na véspera e esta manhã preparei o apartamento onde fiquei para receber os próximos alunos de Oyakata. Cheguei a Taisho-en às 5:30 da manhã e encontrei Oayakata a dormir no sofá - mais tarde soube que tinha chegado pouco tempo antes da viagem a Hiroshima.
Depois das minhas tarefas de limpeza, ajudei o resto do pessoal a descarregar a carrinha. Muitas árvores, todas excelentes, todas shohin. Estive a assistir Oyakata que decidiu meter logo mãos à obra e estilizar umas quantas, ainda mal tinham saído da carrinha.
Tirei as últimas fotografias, fiz os últimos vídeos... e num instante, eram já 12h. Oyakata, por ser o meu último dia, levou todos a almoçar num restaurante na baixa de Shizuoka. Depois do almoço deixou-me na estação de Shizuoka e disse-me para regressar tantas vezes como eu quisesse e que a melhor altura para vir é durante o Outono, especialmente para trabalhar os áceres que são os meus preferidos. Despedimo-nos rapidamente.
Asanuma-san ajudou-me a comprar o bilhete de Shinkansen para Tokyo. Pouco depois, estava a bordo do comboio, incrédulo por realmente ter vivido esta experiência.
A viagem passou num instante. Às 14:30 estava a chegar ao meu hotel em Tokyo (* o meu voo sai de Narita às 11:00 do dia seguinte e a viagem de comboio até ao aeroporto demora 80min, por isso tive que vir para Tokyo na véspera *) e às 14:45 já estava a revisitar a Ginza, o palácio Imperial e toda aquela zona próxima da estação de Tokyo.
A cidade é fantástica. Tem cerca de 40 milhões de habitantes e um grau de organização que incrível. Não há criminalidade. O tradicional e o hi-tec vivem em perfeita simbiose - vi dois monges budistas, trajados, a entrar no edifício da Sony! Perdi a conta ao número de pessoas que encontrei vestidas com o traje tradicional.
Revisitei muitos locais, jantei e fui dormir.
Os jardins do Palácio Imperial, onde vive (oficialmente) o Imperador do Japão:
A Ginza:
Cerca de 40 horas depois estava em casa, chocado com a má qualidade das minhas árvores. Decidi reformular quase todas.
A experiência em Taisho-en superou todas as minhas expectativas. Apesar de lá ter estado apenas 17 dias aprendi imenso e tive oportunidade de contactar com árvores estupidamente boas. O convívio com o meu Mestre foi fantástico.
É uma experiência que recomendo vivamente a qualquer bonsaista.